Venezia, como só ela sabe ser

Chegamos na estação de Venezia Mestre e o clima estava úmido. As poças de água no asfalto refletiam de forma turva as luzes dos postes, que iluminavam a noite. Sim, tinha acabado de chover (mais chuva!).

Nosso plano era nos hospedarmos ali, em Mestre, localidade pertencente ao município de Veneza. Mais precisamente, a parte de Veneza que não é ilhada. Simplesmente porque se hospedar na ilha é troppo caro, então uma boa dica é se hospedar nas cidades vizinhas – existem algumas que não ficam a mais de 30 minutos da ilha, indo de trem.

Bem, visitar Veneza na chuva seria tão frustante quanto  fazer um piquenique à beira de um lago num dia chuvoso. E, como a gente não tinha pressa, checamos a previsão do tempo e decidimos ficar mais 2 dias em Mestre, até que numa quinta-feira finalmente o sol apareceria (segundo as previsões) e a gente pegaria os 15 minutos de trem até a estação de Venezia Santa Lucia. Plano feito, fomos aproveitar nossos 2 dias off turismo – porque sim, turistar também cansa, e aproveitar o dia frio e a chuva deitado na cama é bom demais!

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Aproveitamos bem o nosso dia off 😀

Na verdade, um pequeno inconveniente também nos fez esperar um pouco. O Leco teve uma crise alérgica – coceira e empolamentos pelo corpo – e então passamos um dia inteiro no hospital (experiência que detalharei em outro post). Mas na tal da quinta-feira o Leco amanheceu (quase) inteiro novamente, o sol apareceu com vontade de ser visto e admirado e eu acordei pronta pra encarar essa belezura – Veneza!

Logo na saída da estação, você pode facilmente encontrar alguns mapas por €3; mas, quer saber? A gente preferiu se perder naquele labirinto. Porque foi nos perdendo que encontramos uma banda sensacional tocando na ruazinha lateral a uma igreja. Bandolim, violão, cajón e saxofone, três rapazes e uma moça, e um som que faz teu coração e estômago quererem dar as mãos e dançar. Sentamos um pouco naquela rua, pra deixar esse baile rolar dentro da gente.

Lame da Barba, a banda mais bonita da Itália
Lame da Barba, a banda mais bonita da Itália

Depois, encontramos alguns museus (pagos), igrejas (pagas) mas sinceramente a gente não queria pagar pra entrar – museu e igreja tem em cada esquina na Itália, sério! A gente queria mesmo era aproveitar aquele sol, aquelas ruas, aquelas pontes, aqueles bancos!

É ou não é melhor aproveitar isso aqui? 😀

Aqui e ali você encontra uma placa que indica a direção da Piazza San Marco, destino principal de quem vai a Veneza – além das gôndolas, claro. Então, é só se deixar levar, que uma hora você chega nela! E, no percurso, você pode parar pra tirar uma foto de uma gôndola passando por baixo de uma pequena ponte (ou até mesmo andar na gôndola, ao preço de €80 para 4 pessoas), tomar um cappuccino, ver vitrines… quer mais motivos pra se perder em Veneza?

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Outro bom motivo pra se perder no labirinto

Antes de chegar à Piazza, passamos por outro cartão postal de Veneza, a ponte Rialto, que tem uma vista apaixonante – MAS infelizmente ela estava em reforma, logo, toda fechada e coberta de panos e tapumes. É bastante comum as reformas das estruturas e monumentos acontecerem no inverno (pois serão menos turistas frustrados que no verão!), portanto, se você vier à Itália no inverno, prepare-se para encontrar reformas em todas as cidades que for. Mas não se desespere, ainda assim vale a pena!

A Piazza San Marco – enorme e diferente de qualquer praça que você já viu – é cheia de turistas sentados à beira em um café, ou tirando fotos com as centenas de pombos que rodeiam por ali, ou até mesmo parados, admirando. A Basílica di San Marco também segue um estilo diferente do que já tínhamos visto pela Itália afora – e entramos de graça! Só não era permitido tirar foto dela por dentro, o que é uma pena porque ela é muito bonita…então você vai ter que vir e ver com os próprios olhos 🙂

Piazza San Marco, a torre e a basílica ao fundo
Piazza San Marco, a torre e a basílica ao fundo

À frente da basílica está a torre com o mesmo nome da praça, onde você pode pagar pra subir e ter uma vista lá de cima; o Palazzo Ducale, hoje um museu instalado em uma estrutura construída entre os séculos XIV e XV; e à esquerda, um “calçadão” a beira do Grand Canale – onde chegam embarcações apinhadas de turistas. Resolvemos caminhar por ali até encontrar um banco livre, longe do tumulto. Sentamos, comemos nossos sanduíches que preparamos na noite anterior, e fizemos o nosso mini piquenique ali mesmo, apreciando a paisagem e deixando o sol esquentar a pele.

O tempo voa quando se está admirando essa paisagem...
O tempo voa quando se está admirando essa paisagem…

Quando você está se divertindo, o tempo passa rápido. E como nos divertimos só de estar ali sob o sol naquele banquinho! De repente, já era a hora de voltar pra estação e seguir rumo ao nosso próximo destino, e saímos correndo pelos labirintos de Veneza.

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