Firenze, a queridinha

Antes mesmo de por os pés em Firenze, ouvimos muito falar dela. Italianos e estrangeiros a consideram a cidade mais bela da Italia, a preferida. E nós, o que achamos?

Vamos imaginar que na grande família chamada Itália, existam muitas filhas. Umas mais bonitas, outras mais cultas, outras mais despojadas, e etc. Nesta família, a Firenze é aquela menina bonita, comportada, inteligente e doce. A caçula. A mais mimada e elogiada entre as filhas. A que tira só nota 10 na escola.

Sim, Firenze é uma doçura. Passamos 2 dias com ela. Visitamos o museu Galileo, que conta um pouco da história das descobertas da ciência e do revolucionário Galileu Galilei. Achei tudo muito interessante, mas o museu expõe muitos instrumentos que eu não tinha a mínima ideia do que eram. Alô, 8a série? Faltei em algumas aulas com certeza! Para os amantes da física: vale super a pena.

 

Museo Galileo

 

Passeamos pelos corredores da Galeria Uffizi (neste dia era entrada gratuita, quanta alegria!), e ainda bem que a entrada foi gratuita, porque, confesso, entendo quase nada de obra de arte. São corredores (lindos) de quadro, e mais quadro, e mais quadro, e algumas esculturas pra quebrar o gelo. Alguns quadros são famosos para leigos como eu, como O Nascimento de Vénus, de Boticelli. Outros impressionam pelo realismo dos retratos, mesmo que eu desconheça o autor. Mas a galeria em si é bastante interessante por ter sido projetada em 1560 para ser “escritórios” administrativos, e no final das contas se tornou uma galeria para a coleção pessoal de quadros de um ricaço. Hoje em dia é um dos museus mais importantes do mundo.

 

Os corredores da Galeria Uffizi

 

O Nascimento de Vénus – Boticelli

 

Nossa praia mesmo é andar pelas ruas (fora comer, claro). E andamos o dia inteirinho. Entre uma ruelinha e outra, de repente aparece a catedral – il Duomo – como um elefante, grandioso, imponente e lindo. Uma das igrejas mais bonitas que já vi, por fora. Por dentro, ela é mais…digamos… Singela.

 

Duomo de Firenze, deslumbrante por fora…

 

…e enorme!

 

Andando mais um pouco, passamos pela Ponte Vecchio, observamos as vitrines das infinitas lojas de grife, pegamos chuva, paramos em uma doceria – famosas pasticerias – e comemos algumas pequenas obras de arte feitas de açúcar. Fomos ainda em um bairro desconhecido pra ver como é, vasculhamos cada praça, cada igreja (até um templo hebreu!) e cada canto de Firenze.

 

Ponte Vecchio, cartão postal de Firenze

 

Subimos uma ladeira imensa e não chegamos a lugar nenhum, mas também subimos uma ladeira mais imensa que nos levou à Piazzale Michelangelo, de onde se tem uma vista total da cidade.

 

A vista da Piazzale Michelangelo

 

Lá de cima dá pra ver: il Duomo é ou não é imenso?

 

Comer na cidade não é lá muito barato, mas almoçamos em um dos dias no Mercado Central de Firenze, e foi uma experiência muito legal. No térreo do mercado vende-se frutas, verduras, peixes, flores, e no andar de cima existe um mesanino bem grande com uma praça de alimentação gourmet. Comemos um prato sugerido pelo Andrea, nosso amigo italiano: pappa al pomodoro – uma sopa consistente feita de molho de tomate fresco, pão, alho e azeite. Delicioso.

Pappa al Pomodoro!

 

O melhor de tudo, porém, acontecia sempre às 18h, ao anoitecer. O céu ficava de um azul de uma tonalidade indescritível. Será todo dia assim, ou Firenze me deu este céu de presente?

 

Céu do dia #1 – Palazzio Vecchio

 

Céu do dia #2 – Piazza Santa Crocce

 

E então, penso nas outras filhas da Italia. Sim, Firenze é uma filha prodígio, perfeitinha. Mas a falta de perfeição das outras me parece mais interessante, sabia? As outras filhas da Italia, cada uma muito peculiar, tem seu grande valor. Dessa forma, é impossível escolher minha preferida.

Uma consideração sobre “Firenze, a queridinha”

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